Metologia da Alternância
O Curso de Mestrado Profissional em Educação do Campo é organizado segundo o regime da Alternância Pedagógica. A Alternância é caracterizada pela articulação planejada entre os dois tempos formativos que atravessam a vida do estudante, o Tempo Universidade (TU) e o Tempo Comunidade (TC), o que permite a capacitação profissional e permanência dos trabalhadores e trabalhadoras no PPG EDUCAMPO, sem grandes prejuízos a sua continuação no mundo do trabalho.
A Alternância é uma metodologia amplamente apropriada pela Educação do Campo no Brasil por possibilitar, entre outras coisas, a interlocução entre o tempos formativos distintos interligados com à vida dos sujeitos e permitindo a produção do conhecimento no âmbito da relação entre a produção acadêmica e a produção laboral de cada sujeito ingressante. Tal produção é resultado não apenas dos interesses individuais, mas das necessidades dos sujeitos coletivos como escolas, comunidades, movimentos, sindicatos, assentamentos ou segmentos sociais e políticos comprometidos com a emancipação dos sujeitos do campo.
A metodologia do curso orienta a vida acadêmica dos docentes e discentes no Programa e traz como princípio fundamental a articulação das quatro dimensões estruturantes numa proposta curricular de base crítica, a saber: a) o ensino como base articuladora da relação teoria-prática, buscando a praxis; b) a extensão enquanto base dos processos de ensino-aprendizagem; c) a pesquisa como princípio educativo; d) o trabalho como princípio educativo.
Com a Alternância busca-se criar condições teórico-metodológicas para que os(as) educandos(as) façam diagnósticos, pesquisas, atividades extensionistas, desenvolvam ações em ambientes escolares e não-escolares como os movimentos e redes sociais e sindicais do campo, problematizem sua realidade e reelaborem suas práticas de intervenção profissional, social e política a partir das leituras teóricas, fazendo a releitura de bibliografias a partir da vida e do mundo do trabalho, bem como, da prática cotidiana. Este encaminhamento encontra precedente e base legal na legislação educacional brasileira, notadamente o Art. 28 da LDB; a Resolução CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002; o Parecer CNE/CEB nº 1/2006, de 1º de fevereiro de 2006; a Resolução CNE/CEB, nº 01, de 01/02/2006; o Decreto Presidencial nº 7.352, de 4 de novembro de 2010. Este último instrumento jurídico estabelece no seu Art. 5, ao se referir à formação de professores para a Educação do Campo que: “§ 1o Poderão ser adotadas metodologias de educação a distância para garantir a adequada formação de profissionais para a educação do campo; § 2o A formação de professores poderá ser feita concomitantemente à atuação profissional, de acordo com metodologias adequadas, inclusive a pedagogia da alternância, e sem prejuízo de outras que atendam às especificidades da educação do campo, e por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão”.
Estas normativas oferecem base legal para que os períodos vivenciados no Tempo Universidade e no Tempo Comunidade sejam contabilizados como horas e créditos, o que implica em considerar como horas e aulas atividades desenvolvidas fora da sala de aula, mas executadas mediante trabalhos práticos e pesquisas com auxilio de questionários que compõem um Plano de Estudo.
Deste modo, considerando as especificidades da Educação do Campo, a metodologia do curso tem como orientação central articular a vida laboral do(a) educando(a) com seu projeto de Trabalho de Conclusão Final do Curso - TCFC. O objetivo é criar condições teórico-metodológicas para que os(as) educandos(as) façam diagnósticos, problematizem sua realidade e reelaboram suas práticas de intervenção profissional, social e política, conduzindo-os à elaboração do TCF.
A carga horária do programa, distribuída em vários Componentes Curriculares (obrigatórios e optativos) e Atividades Curriculares está dividida entres dois tempos formativos pautados por atividades didáticas diferenciadas, o Tempo Universidade (TU) e o Tempo Comunidade (TC). O Tempo Universidade é organizado temporalmente em módulo presenciais. São de dois a três módulos por semestre, com carga horária e creditação definida em função dos componentes curriculares ofertados. Geralmente, os módulos do TU tem duração entre duas e quatro semanas. Cada docente responsável pelo componente curricular indica textos e elabora atividades a serem desenvolvidas no TC, que são acompanhadas através de diversos instrumentos. No TC os(as) discentes realizam atividades de leitura, pesquisas, intervenções ou diagnósticos locais orientados pelos docentes dos componentes curriculares durante o TU.
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