Grupos de Trabalho - GTs
EMENTAS DOS GRUPOS DE TRABALHO
Fazem parte do VIII Enapegs 20 (vinte) Grupos de Trabalho (GTs), organizados em 3 (três) eixos temáticos conforme descritos a seguir:
EMENTAS EIXO 1 - Gestão Social, Formação e Culturas
GT 1 - Cultura, arte e criatividade na gestão social
COORDENADORES: Beatriz Villardi (MPGE, UFFRJ), Eduardo Davel (CIAGS/UFBA), Maria Suzana Moura (CIAGS/UFBA), Sylvia C. Vergara (EBAPE/FGV), Valéria Giannella (UFCA)
O grupo busca explorar, discutir e ampliar a percepção sobre possibilidades e repercussões do tripé arte, cultura e criatividade no campo da gestão social, por considerá-las como dimensões que podem potencializar a prática da gestão social, qualificando-a e marcando a diferença com relação às formas gerenciais convencionais.
Apesar dos campos da arte, da cultura e da criatividade serem abundantes em produção acadêmica, quando integrados ao campo da gestão social, apontam para mudanças paradigmáticas, instigando e consolidando o avanço do conhecimento e da prática no campo.
Com base nas perspectivas interdisciplinar ou transdisciplinar, serão contempladas tanto abordagens teóricas quanto epistemológicas, metodológicas, pedagógicas, artísticas, vivenciais, reflexivas e empíricas.
Arte, criatividade e cultura podem ser exploradas pelos pesquisadores deste grupo de forma isolada ou em suas variadas interconexões.
Espera-se que os trabalhos apresentados destaquem de que forma representam uma contribuição teórica e prática para o campo da gestão social.
Dentro deste contexto, muitos aspectos podem ser explorados: a intuição, o sensível, a emoção, o conflito, o dialógico, o substantivo, as metodologias integrativas, a afetividade, a participação, dentre outros.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 2 – Gestão Social de Políticas Culturais
COORDENADORES: Daniela Abreu Matos (UFRB), Ernani Coelho Neto (UFBA), José A. Tasat (Universidad Nacional de Tres de Febrero - Argentina), Kátia Costa (UFBA), Luana Viluttis (UFBA)
O GT discutirá políticas culturais e a gestão social de equipamentos, organizações e ações culturais. A proposta é criar um espaço de compartilhamento de experiências, análises e reflexões sobre os desafios da institucionalização de políticas culturais no Brasil e na América Latina. A sistematização de metodologias de formação e pesquisa; de instrumentos de planejamento e avaliação de ações públicas; e de iniciativas de mobilização, inovação e comunicação na gestão social de territórios culturais contribuirão aos diálogos propostos neste GT.
O planejamento da gestão pública de cultura será abordado a partir de experiências de diagnóstico situacional e institucional da cultura, levando em consideração o fortalecimento da diversidade cultural e da democratização do acesso à cultura. Além disso, pensar como a cultura se dá no território como instrumento de transformação social e econômica, por exemplo, a partir dos centros culturais, patrimônios, centros de memórias e valorização de identidades culturais são aspectos importantes ao conjunto de reflexões do grupo, bem como a construção de novos espaços e modelos de integração entre turismo, cultura e educação. Vale também observar como se processam as novas formas de experimentação e apropriação do consumo cultural. Os temas prioritários são:
1. Desafios na construção de planos municipais, estaduais e setoriais de cultura e da implementação do Sistema Nacional de Cultura no Brasil;
2. Experiências latino-americanas de planejamento em Cultura;
3. Desafios e relatos de experiências na gestão de organizações e equipamentos culturais;
4. Mobilização social e sistematização de experiências na gestão pública da cultura;
5. Cultura política e educação na práxis da gestão social.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 3 - Gestão Social, patrimônio e território: a experiência de comunidades tradicionais
COORDENADORES: Clécia Maria Aquino de Queiroz (UFS), Eduardo José Fernandes Nunes (UNEB), Lúcia Maria Aquino de Queiroz (UFRB), Regina Celeste de Almeida Souza(UNIFACS), Sida da Silva (UFRB)
O objetivo do grupo é o de reunir reflexões acerca dos diálogos existentes entre comunidades tradicionais dotadas de significativo patrimônio cultural (imaterial e/ou material) e os aparatos de gestão social in(existentes) nos territórios que ocupam. Contempla trabalhos que reflitam as relações estabelecidas entre gestão social, patrimônio cultural material e imaterial e território, que possam fornecer elementos para a definição e redefinição de políticas públicas nos campos socioeconômico e cultural, que promovam a sustentabilidade de grupos comunitários e/ou atores culturais. Tais trabalhos podem abordar estratégias para o fortalecimento de sentimentos de identidade e continuidade, de promoção do respeito à diversidade cultural e à criatividade humana, de disseminação e divulgação do significado simbólico do patrimônio cultural desses grupos e atores. Em adição, podem discutir experiências e mecanismos de inclusão social, de difusão do empreendedorismo social e do cooperativismo, de valorização das culturas locais e de fortalecimento da auto-estima. Os temas prioritários são: Gestão social em comunidades tradicionais; gestão do patrimônio cultural em comunidades tradicionais; desenvolvimento territorial e comunidades tradicionais; experiências de empreendedorismo social e/ou de cooperativismos em comunidades tradicionais; estratégias de gestão e/ou de políticas públicas direcionadas à sustentabilidade de grupos comunitários e/ou atores culturais.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 4 - Práticas inovadoras da gestão social em questões de gênero e diversidade sexual
COORDENADORES: Angela C. Lucas (USP), Myrt Cruz (PUC-SP), Sofia Reinach (FGV-SP), Tahis França (Universidade de Coimbra), Victor de la Paz Martinez (ESPM).
O Grupo de Trabalho objetiva fomentar espaços internacionais de discussão, análise e reflexão crítica, reunindo pesquisadores/as que se dedicam às questões de gênero e diversidade sexual no âmbito da gestão social.
Compreendendo gestão social tanto no setor público, privado e terceiro setor, esse grupo buscará reunir boas práticas dediquem-se/abordem/ocupem-se de temáticas relativas a gênero e diversidade sexual em contextos organizacionais. Para tanto, pretende-se focar o debate em práticas inovadoras e criativas que promovam o debate relativo as questões de gênero e diversidade sexual. As contribuições podem dar-se através de: a) produções discursivas e audiovisuais; b) experiências territoriais; c) práticas de gestão pública, privada ou terceiro setor; d) políticas públicas inovadoras.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 5 - Políticas de educação superior: interiorização, acesso e permanência
COORDENADORES: Georgina Gonçalves dos Santos (UFRB), Lys Maria Vinhaes Dantas (UFRB), Nubia Moura Ribeiro (UNILAB - São Francisco do Conde / IFBA), Olivia Maria Costa Silveira (IAHC-UFBA).
Este grupo de trabalho tem como objetivo favorecer a discussão sobre políticas de educação superior a partir de resultados de pesquisas que consideram um ou múltiplos olhares: do gestor público (em diversos níveis de atuação, do nível federal ao gestor das escolas e de ONGs que atuam no Ensino Médio), do formulador de políticas, do aluno (real ou potencial) e dos "movimentos de captação de campus universitário" (grupos que buscam trazer a "universidade" para suas regiões na busca por desenvolvimento local). Em especial, o grupo busca favorecer uma reflexão sobre as atuais políticas de interiorização, acesso e permanência na Educação Superior em seus diversos recortes: juventude, desenvolvimento, relação universidade –sociedade, educação pública e permanência.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 6 - Gestão Social e educação do campo
COORDENADORES: Alícia Ruiz Olalde (UNIPAMPAS), Leila Damiana Almeida dos Santos Souza (UFRB), Ludmila Oliveira Holanda Cavalcante (UEFS), Silvana Lúcia (UFRB), Tatiana Ribeiro Velloso (UFRB)
O GT receberá trabalhos que tratem das seguintes temáticas:
- Concepções de Educação do Campo: desenvolvimento e educação; gestão da educação do campo; gestão das políticas públicas de educação do campo; projeto pedagógico e avaliação da aprendizagem; formação continuada e aspecto da legislação em educação do campo; relação escolado campo – comunidade; currículo e ecologia dos saberes; pedagogia da alternância; educação de jovens e adultos no/do campo.
- Educação do Campo e Meio Ambiente: produção de base familiar do campo; agroecologia e desenvolvimento agrário; sustentabilidade do campo; escola do campo e meio ambiente; tecnologias sociais do campo; cultura corporal e meio ambiente.
- Cooperação e Movimentos Sociais do Campo: economia solidária e políticas públicas do campo; princípios e fundamentos da cooperação no/do campo; educação e trabalho no/do campo; experiências na formação de formadores do campo; participação social do campo; sujeitos sociais do campo.
TIPOS DE TRABALHO: IC ou TCC, relatos de prática.
EMENTAS EIXO 2 - Gestão Social, Economia e Trabalho
GT 7 - Cooperativismo e Economia Solidária
COORDENADORES: Alair Ferreira de Freitas (UFMG), Alan Ferreira de Freitas (UFV), Alessandra Bandeira Antunes Azevedo (UFRB), Miguel Pacífico Filho (UFT), Thiago Ferreira Dias (UFERSA)
Este GT visa receber trabalhos sobre cooperativismo popular, autogestão, formas de expressão da economia solidária e gestão de empreendimentos econômicos solidários. Serão bem vindas, prioritariamente, reflexões sobre a ideia do econômico na sua relação com a questão ambiental e cultural e o papel das organizações coletivas no desenvolvimento e na dinamização socioeconômica e ambiental dos territórios, bem como nas relações interpessoais e de constituição da subjetividade humana. São adequadas discussões relativas reflexões analíticas e empíricas das teorias sobre a economia solidária produzidas no Brasil e sua pluralidade de manifestações empíricas, bem como o papel do Estado no fomento e consolidação da economia solidária e cooperativismo. O GT engloba ainda trabalhos na linha da economia social, contemplando análises sobre o cooperativismo tradicional e a organização do movimento cooperativista. Também são temas relevantes para este GT: Práticas cooperativas, associativistas, autogestionárias; Gestão democrática, Relações de poder e sucessão em organizações cooperativas; Empresas recuperadas pelos trabalhadores; Redes e cadeias produtivas solidárias; e Políticas públicas e marco legal para economia solidária e cooperativismo; Tecnologias sociais e Processos de incubação de empreendimentos econômicos solidários; Limites e avanços das finanças solidárias e dos BCD, interfaces entre gênero e economia solidária, interfaces entre etnia e economia solidária, interfaces entre economia solidária e desenvolvimento com foco no território.
TIPOS DE TRABALHO: Artigos, IC ou TCC, relatos de prática.
GT 8 - Empreendedorismo social e a gestão social: interfaces teóricas e práticas em curso
COORDENADORES: Edson Sadao Iizuka (FEI e FECAP), Henrique G. C. Heidtmann Neto (FGV/EBAPE), Luciano Antonio Prates Junqueira (PUC-SP), Maria Amélia J. Corá (PUC-SP), Saulo Dubard Barbosa (EMLYON Business School)
Dentro do campo do empreendedorismo, tanto do ponto de vista teórico assim como empírico, o empreendedorismo social tem emergido como uma das temáticas nos últimos anos. Trata-se de um assunto tipicamente interdisciplinar e que, ao mesmo tempo, a produção acadêmica é incipiente no país. O empreendedorismo social tem ocorrido, sobretudo, a partir de iniciativas da sociedade civil organizada, mas também por ações lideradas por governos locais e até mesmo empresas (especialmente as que se configuram como negócios sociais), valorizando a formação desse processo a partir da construção e articulação de redes sociais. Neste contexto, a gestão social se apresenta como uma alternativa de gestão dialógica, transparente e democrática aos empreendedores sociais. Sendo assim, propõe-se que tal campo de investigação teórica e prática evidenciem as suas possíveis interfaces. Nesse sentido, alguns questionamentos se fazem necessários: (i) em que medida os empreendedores sociais têm utilizado a gestão social em suas iniciativas? (ii) Os processos decisórios utilizados pelos empreendedores sociais são dialógicos e transparentes? (iii) Quais são as interfaces teóricas entre o empreendedorismo social e a gestão social? (iv) Há semelhanças e distinções entre o empreendedorismo social promovido pelos diferentes setores? E neste contexto: a gestão social se faz presente em maior grau em qual dos setores? (v) quais são as práticas que têm emergido no Brasil e que fazem interface com a gestão social? Enfim, trata-se de um convite à reflexão acerca de duas temáticas que possuem, provavelmente, interfaces que mereçam as nossas atenções.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 9 - Tecnologias sociais: concepções, experiências e impactos no contexto brasileiro
COORDENADORES: Ana Lúcia Suárez Maciel (PUC-RS), Lucas Henrique Luz (UNISINOS), Marilene Maia (UNISINOS), Rosa Maria Castilhos Fernandes (UFRGS, LaSale)
O tema das tecnologias sociais vem sendo incorporado na agenda científica, política e social do Brasil, tendo em vista o avanço no desenvolvimento das mesmas em todo o território nacional. A existência de organizações (públicas, da sociedade civil e da comunidade científica) disseminadoras dessa agenda vem consolidando o debate e a promoção das mesmas, no que se refere ao aprofundamento teórico, à sistematização, a reaplicação e a avaliação dos seus impactos para o desenvolvimento nas diferentes esferas. Com base neste escopo, pretende-se discutir neste GT os seguintes conteúdos: concepções de tecnologias sociais (problematizando os conceitos na sua relação com o debate sobre ciência, tecnologia e sociedade; interface com o debate sobre tecnologias para a inclusão social; relação com os modelos de desenvolvimento social e sustentável; produção de conhecimento sobre as mesmas), experiências em desenvolvimento no país (sistematização de tecnologias sociais e análise das mesmas; análises dos processos de tradução e translação envolvidos) e análise do impacto das mesmas (no âmbito dos territórios, na perspectiva do desenvolvimento local; das políticas públicas e do desenvolvimento social e sustentável). Nesse sentido, se justifica a importância de criar um GT, junto ao ENAPEGS 2014, que instaure um espaço para o necessário aprofundamento do debate teórico, da sistematização e análise das experiências em desenvolvimento e da reflexão sobre as suas contribuições e impactos para o fortalecimento da governança e das políticas públicas. No âmbito do GT serão aceitos artigos científicos, relatos de experiência e filmes que se relacionem, diretamente, com a proposta.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 10 - Sustentabilidade, mercado e sociedade
COORDENADORES: Andréa Leite Rodrigues (EACH/USP), Eugenia Cabral (UNAMA-PA), Graziella Comini (FEA-USP), Sérgio Serapião (Via Gutenberg), Sylmara Lopes Francelino Gonçalves Dias (EACH/USP)
Este Grupo de Trabalho "Sustentabilidade, Mercado e Sociedade" objetiva debater as iniciativas dos atores sociais, organizacionais e individuais, públicos e privados, em termos de sustentabilidade e gestão social. Busca-se entender as práticas, desafios, dificuldades e potenciais de mudança no comportamento das organizações no trato com as questões sociais e ambientais. Ainda, são benvindas discussões sobre os contratos de parcerias de gestão, tais como Parceria Público-Privada e organizações sociais. Deste modo, fazem parte deste debate:
- Programas, projetos e outras experiências e práticas organizacionais no trato de questões sociais e ambientais em direção a sustentabilidade;
- Responsabilidade socioambiental corporativa como estratégia de negócios e como modo de gerir;
- Contabilidade, Relatórios, balanços social e ambiental;
- Responsabilidade socioambiental das organizações e sua relação com o desenvolvimento socioterritorial;
- Modelos organizacionais inovadores em termos de inclusão social, responsabilidade socioambiental e sustentabilidade;
- Diálogos entre sociedade, governo e mercado em direção a sustentabilidade social e ambiental;
- Experiências inovadoras de negócios sociais e negócios sustentáveis;
- Experiências em desenvolvimento de programas e projetos de Educação Ambiental Corporativa para sustentabilidade na formação, pesquisa e prática.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 11 - Responsabilidade social corporativa política e implicações para gestão social
COORDENADORES: Glenn Morgan (Cardiff University), Luciano Barin Cruz (HEC Montréal), Mário Aquino Alves (FGV/EAESP), Marcus Vinícius Peinado Gomes (FGV/EAESP)
O debate sobre gestão social procura focar no processo de negociação entre os atores da ação gerencial, ressaltando seu caráter dialógico e processual (Tenório, 1998). Assim, pode-se afirmar, que sua grande contribuição é exatamente o destaque das relações entre os processos administrativos e a participação social e política dos atores envolvidos. Embora os movimentos sociais tenham ganhado destaque em nossas análises contemporâneas, o mesmo não se pode afirmar do mundo corporativo; pouco tem se discutido sobre sua influencia no ambiente social no qual as empresas estão imersas (Hinings and Greenwood, 2002; Barley, 2007; 2010), principalmente na formulação de políticas públicas.
Uma reflexão sobre a atuação política corporativa no espaço de ação pública torna-se mais premente ao analisarmos dois movimentos contemporâneos. Primeiramente, se nossa sociedade tem-se questionado sobre os impactos sociais e ambientais das ações humanas, um reflexo pode ser visto pela apropriação dos discursos de Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade pelo mundo corporativo (Dauvergne and Lister, 2013). Em segundo lugar, o capitalismo contemporâneo tem como característica a ênfase em comunidades transnacionais de governança (Du Gay and Morgan, 2013; Morgan and Whitley, 2012); se, de um lado, tais esferas de negociação possuem um grande potencial para o florescimento de uma gestão social, de outro, as práticas de regulação transnacional institucionalizadas nestes espaços – (certificados, selos e discursos de auto-regulação do mercados), podem ser questionadas por uma possível orientação pró-mercado.
Constata-se que, em um mundo globalizado com avanço das atividades econômicas mais rápido do que a capacidade social e institucional de regulá-las, criam-se 'vazios institucionais - institutional voids - (Mair et al. 2012), fazendo com que a firma capitalista cada vez mais ocupe espaços tradicionalmente preenchidos pelo governo, abrindo caminho para práticas de responsabilidade social corporativa essencialmente de caráter político (Scherer and Palazzo, 2011; Scherer, Palazzo and Seidl, 2013), moblizando instituições e recursos normalmente associados ao bem público para a construção de benefícios que podem ser públicos, mas que são certamente também privados.
É neste sentido que este GT convida à reflexão sobre a influencia e ação política que os diferentes atores organizacionais exercem sobre o espaço de ação pública.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 12 - Trabalho, competências e empoderamento: refletindo sobre cidadania na gestão social
COORDENADORES: Diogo Henrique Helal (UFPB), Kely César Martins de Paiva (UFMG)
O trabalho é elemento central aos indivíduos, constituindo aspecto importante na construção da identidade e auto-estima. O capitalismo, contudo, em decorrência de seu modo de apropriação e expropriação do trabalho, tem implicado contradições nas relações sociais às quais se inserem em sua lógica, dentre elas, destacam-se as relações de trabalho. Estas, no universo organizacional na contemporaneidade, têm sido marcadas pela busca da competitividade, individualidade e flexibilidade. Fenômenos como desemprego e precarização do trabalho são recorrentes desse contexto. Com vistas a se buscar caminhos alternativos a tal contexto, iniciativas ligadas à gestão social e economia solidária têm sido pensadas, debatidas, desenvolvidas e modificadas. Observa-se, contudo, que parcela significativa dessas iniciativas dependem fortemente dos laços assistencialistas governamentais. Um dos desafios postos à gestão social é garantir aos indivíduos o desenvolvimento de competências laborais (PAIVA, 2012) apropriadas ao campo, o efetivo empoderamento (ROMANO, 2002) e a cidadania. Note-se que o empoderamento não se trata de transformismo, de um processo neutro e sem conflitos, ou de uma técnica aprendida em cursos, mas reflete o desenvolvimento de competências laborais, principalmente no âmbito político.
O objetivo do GT é promover debates sobre o trabalho e sua relação com competências laborais, o empoderamento e a cidadania, com destaque aos seguintes temas: Relações de Poder e Trabalho; Trabalho e Competências laborais; Trabalho e Empoderamento; Trabalho e Cidadania; Políticas Públicas de Emprego e Renda.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática.
GT 13 - Gestão social, trabalho e dominação capitalista
COORDENADORES: Bruno José Rodrigues Durães (UFRB), Caio Martins (ESS/UFRJ), Elisa Zwick(UNIFAL/MG), Henrique Wellen (UFRJ), Vanessa Tavares Dias (UNIFAL/MG)
No GT objetiva-se debater a temática da Gestão Social sob uma perspectiva crítica, explorando limites conceituais e práticos dessa formulação. Parte-se da perspectiva totalizante de que o capital é, antes de tudo, uma relação social e, nesse sentido, investigam-se as mediações da Gestão Social (e suas diversas variantes teóricas e empíricas) com a intensificação e legitimação da hegemonia capitalista. Almeja-se problematizar tanto os efeitos ideológicos e políticos, como as determinações econômicas e organizativas, que consubstanciam essas experiências. Pretende-se verificar a validade de axiomas teóricos que propõem uma ressignificação das contradições entre capital e trabalho, assim como da conjectura da instauração de espaços solidários e éticos assentados na exploração dos trabalhadores (de forma direta ou indireta). Da mesma forma, serão debatidas as nuances desses fenômenos sociais dentro de espaços estatais e públicos que, hipoteticamente, suscitariam ingredientes emancipatórios simplesmente pela alteração de modelos gestionários. Serão aceitos trabalhos baseados em reflexões críticas ao tema da gestão social, gestão responsável, gestão sustentável, gestão participativa, gestão verde, ambiental ou ecológica, gestão ética; gestão social e do trabalho; economia solidária; cooperativismo; gestão social e empreendedorismo; e terceiro setor. Faculta-se também espaço para pesquisas críticas à lógica do capital, que dialoguem com o campo da gestão social e com a ideia de alternativa ao capitalismo.
TIPOS DE TRABALHO: artigos.
EMENTAS EIXO 3 - Gestão Social, Políticas Públicas, Desenvolvimento
e Relações Estado-Sociedade
GT 14 - Movimentos sociais, democracia e gestão social
COORDENADORES: Rosinha Machado Carrion (UFRGS), Patrícia Maria Emerenciano Mendonça (EACH/USP), Armindo dos Santos de Sousa Teodósio (PUC-MG)
Análise da construção da ação coletiva através de movimentos sociais e diferentes formas organizacionais da sociedade civil, problematizando suas relações com atores governamentais e do mercado na esfera pública. Discussão das instâncias macroestruturais que balizam a realidade de atuação dessas organizações na ampliação da esfera pública e de suas dimensões organizacionais. Dentre os Temas de interesse do Eixo estão:
• Movimentos Sociais e Políticas Públicas: construção de políticas, implicações para a questão urbana e no Direito à Cidade, relações de conflito, cooptação e cooperação desenvolvidas nos processos de governança e controle social;
• Contribuição dos movimentos sociais para a democratização da esfera pública, construção da cidadania, constituição de novas identidades políticas e transformação das estruturas de dominação;
• Sociedade Civil, Movimentos Sociais e Globalização: participação de movimentos sociais no plano internacional em um contexto de disputa pela definição dos contornos da nova ordem mundial e pela construção de uma sociedade global democrática;
• Análise Organizacional de Movimentos Sociais: estudo de espaços de articulação e formas organizacionais alternativas, híbridas ou contra hegemônicas através da Teoria de Mobilização de Recursos, Mobilização de Recursos Políticos, Frames e estudos sobre identidade, dentre outras. Ex.: Movimentos Sociais Brasileiros do Outono/Inverno de 2013, Black Box, MPL, Mídia Ninja, dentre outras formas organizacionais formalizadas ou não, de caráter permanente ou efêmero.
• Epistemologias, métodos e técnicas de investigação sobre movimentos sociais.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática.
GT 15 - Juventudes e participação política
COORDENADORES: Adriana Miranda Pimentel (UFBA), Ivana Tavares Muricy (UFRB), Silvio Cesar Oliveira Benevides (UFRB)
O modelo de interpretação sobre a juventude e sua relação com a política que considera apenas os meios tradicionais de participação corresponde a entendimentos particulares dessa relação, criados historicamente com a construção da sociedade burguesa, pautada em concepções herdadas pela democracia liberal moderna, com um sistema eleitoral e instituições concebidas como eminentemente políticas. Tal noção de política, porém, exclui outras possibilidades de representá-la e assumi-la na prática, pois desconsidera um conjunto de dispositivos culturais que operam como formas (re)criadas de representação e de práticas políticas. A resistência e a busca por um projeto renovador condicionam a participação das juventudes, hoje, em novas formas voltadas para as demandas e preocupações da sociedade, deslocando-se de um terreno puramente objetivista de ação centrada numa lógica político-estrutural para outros campos mais complexos, que tomam a subjetividade e a individualidade como um valor fundamental na constituição do sujeito social, sem desconsiderar, entretanto, as condições político-estruturais que, também, regem a dinâmica da vida em sociedade. Torna-se, portanto, essencial entender que a participação mais direta dos indivíduos jovens na conjuntura atual tem como característica mais marcante a pluralidade dos conteúdos e das formas de atuar. A utopia num contexto de interações sociais globalizadas significa estabelecer vínculos entre o particular e o universal. Assim, as juventudes reconstituem o campo do político com suas práticas e valores inovadores, cujos modos de atuar comportam um engajamento mais cotidiano que reconfiguram tanto as culturas políticas quanto as políticas públicas. É precisamente esse o tema que o presente Grupo de Trabalho abordará.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC.
GT 16 - Modelos de proteção social e políticas sociais no campo da seguridade social brasileira
COORDENADORES: Aldaíza Sposati (PUC-SP), Dirce Koga (Universidade Cruzeiro do Sul), Maria Luiza Rizzotti (UEL), Mariangela Belfiore Wanderley (PUC-SP), Sindely Alchorne (PUC-Rio)
A Constituição Federal introduziu a Seguridade Social como modelo de proteção social, composta pelas políticas sociais de Saúde, Previdência e Assistência Social.
O que se espera da proteção social? A resposta mais comum é: ter renda para poder resolver situações em que alguém se sinta fragilizado.
A concepção adotada é de universalização da proteção social, através de políticas públicas, que exige romper com a disputa entre trabalho e cidadania. A garantia de seguranças sociais vislumbra o entendimento do direito à proteção social de cidadania, tendo clareza de que "a proteção social não é obtida pela população apenas com a substituição da renda. Exige cuidados, restaurações e aquisições pessoais".
Temas
1) Processo de construção dos modelos de Proteção Social: definições, especificidades, abrangência e regulação no campo público e privado.
2) A gestão social do direito à proteção social implica na universalização do acesso e no controle democrático das ações. Como se articula essa perspectiva com a tendência de focalização e redução da capacidade protetiva face à crise do capitalismo e que fatores e responsabilidades trazem para a gestão social?
3) Quais os desafios para superar a fragmentação e consolidar a lógica da integralidade e interdisciplinaridade na gestão social da seguridade social brasileira?
4) Estratégias e desafios de gestão social postos na articulação entre os modelos de proteção social e políticas econômicas?
5) Mediações culturais, políticas e comunicacionais: a construção do discurso da proteção social pela agenda midiática, sobre a esfera ideológica e gestão das políticas sociais asseguradas pelo Estado de direito.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática, filmes.
GT 17 - Tendências no campo de públicas
COORDENADORES: Eleonora Schettini M. Cunha (UFMG), Kamila Pagel de Oliveira (FJP), Lindijane de Souza Bento Almeida (UFRN), Magda de Lima Lucio (UnB), Patricia Vendramini (UDESC).
O GT pretende promover o debate entre pesquisadores do campo de públicas que investigam os processos contemporâneos que orientam a gestão pública de âmbito estatal e não estatal, nas suas várias dimensões. As discussões serão orientadas a três temas: a) Relações entre Estado / Governo e Sociedade, que inclui Planejamento Governamental, Governança e Governabilidade; Participação, Controle Social e Cidadania; Intersetorialidade e Interinstitucionalidade; b) Relações intergovernamentais, que inclui Federalismo; Litigância Intragovernamental; Modelos cooperativos; c) Gestão pública, que inclui Tecnologias, Instrumentos de Gestão e Formulação de Estratégia;Gestão de Pessoas;Capacidade e Execução Orçamentária e Financeira; Monitoramento e avaliação de políticas públicas. O GT pretende discutir tanto trabalhos de cunho mais teórico quanto análises de natureza mais empírica nas quais ganham relevo os novos desafios, limites e possibilidades da gestão pública contemporânea. Estudos quantitativos e qualitativos, evidenciando as tendências contemporâneas nos três temas, serão particularmente bem vindos.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC.
GT 18 - Gestão social e governança territorial e ambiental em contextos locais ou regionais
COORDENADORES: Ana Maria de Albuquerque Vasconcellos(UNAMA)m Magnus Luiz Emmendoerfer (Universidade Federal de Viçosa), Marco Antônio Carvalho Teixeira (EAESP/FGV), Mário Vasconcellos Sobrinho (UFPA), Valdir Roque Dallabrida (Universidade do Contestado - UnC)
Este grupo prioriza os trabalhos que analisam programas, projetos e instrumentos de Gestão Social e Governança Territorial e Ambiental em recortes territoriais específicos, tais como regiões administrativas ou de planejamento, cidades, áreas de Indicação Geográfica, unidades de conservação, territórios indígenas, territórios rurais, reservas extrativistas, comunidades quilombolas, APAs, reservas de desenvolvimento sustentável e outros espaços da ação pública para o desenvolvimento territorial. Dentre os instrumentos de gestão e governança social e ambiental estão: participação; parceria; concertação social; consenso mínimo, conselhos, fóruns e comitês. No âmbito dos espaços de uso dos instrumentos Gestão Social e Governança Territorial e Ambiental estão os debates sobre regionalização e territórios.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática.
GT 19 - Gestão social do desenvolvimento: a perspectiva do território
COORDENADORES: Airton Cardoso Cançado (UFT), Ariádne Scalfoni Rigo (UFBA), Lamounier Erthal Villela (UFRRJ), Pedro Aguerre (PUC-SP), Sérgio Luís Allebrandt (UNIJUÍ)
O GT pretende discutir a importância da perspectiva do território para a Gestão Social do desenvolvimento. Neste contexto analítico pretende-se abordar questões teóricas e aplicadas onde a participação social norteie o desenvolvimento territorial em suas múltiplas dimensões. Assim consideram-seas articulações entre o Estado, a Sociedade civil e o mercado na construção de políticas públicas, de modalidades de governanças, de consórcios,de APLs -ArranjosProdutivos Locais, de empreendimentos coletivos (cooperativas, associações, redes), de ações de conselhos gestores, e etc.
Os subtemas deste GT são:
• Políticas públicas, territórios e espaços públicos de gestão social;
• Desequilíbrios regionais, políticas públicas e transformações territoriais;
• Arranjos institucionais, atores coletivos e a gestão social do desenvolvimento;
• Interfaces entre a gestão social e as políticas públicas territoriais;
• Abordagem territorial das políticas públicas e o controle social;
• Inovação e tecnologia sociais em dinâmicas de gestão social;
• Capital social e desenvolvimento territorial.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC, relatos de prática.
GT 20 - Estado como indutor do desenvolvimento e ação pública: espaços de diálogo, decisão e ação
COORDENADORES: Eduardo de Lima Caldas (EACH/USP), Zilma Borges de Souza (FGV-SP), Luiz Carlos Beduschi Filho (USP), Mário Lúcio Ávila (UnB), José Renato SantÁnna Porto (UFRRJ).
O Grupo se propõe a investigar o papel do estado como indutor de desenvolvimento e a composição de atores locais e territoriais para a articulação deste desenvolvimento, compreendendo que os territórios são socialmente construídos. A ideia de desenvolvimento é polissêmica. Este grupo de trabalho tem o objetivo de atribuir sentido ao desenvolvimento e reconhecer as novas territorialidades, organizações, instituições e as políticas públicas que sobre elas incidem. Inclui também as experiências que envolvem o diálogo e partilha de responsabilidades com o mercado e a sociedade civil. É no âmbito destas novas relações que se busca investigar, problematizar e propor soluções para a redefinição do próprio papel do Estado na sociedade brasileira contemporânea e a influência de novos atores no ciclo de políticas públicas. A integração dos temas suscita reflexões sobre a construção social e a dinâmica dos territórios, trazendo experiências locais que simbolizem e enriqueçam a discussão teórica. Temas prioritários: Estado como indutor de desenvolvimento, compras públicas, desenvolvimento territorial e articulações urbano/rural, novos espaços de diálogo e governança, políticas públicas para desenvolvimento, Territórios da Cidadania.
TIPOS DE TRABALHO: artigos, IC ou TCC.