Identidade Visual
A identidade visual do CECULT foi criada pelo artista J. Cunha
J. Cunha
José Antônio Cunha nasceu na Ponta de Humaitá, na Península de Itapagipe, em Salvador (Bahia), em 1948. Descendente de bantos africanos e de índios kiriris, filho de mãe sertaneja de Canudos e de pai descendente de ciganos da Armênia, todas essas territorialidades afetivas estão impressas em sua obra.
Iniciou seus estudos aos dezoito anos no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. É um artista de múltiplas possibilidades que atua como artista plástico, figurinista, cenógrafo e designer. Isso dá para sua obra uma gama de atuação como pinturas, objetos, ilustrações, estampas para tecidos, cartazes, capas de discos, figurinos, cenários e instalações.
Participou de importantes bienais de artes plásticas e de exposições individuais e coletivas, entre elas o evento “The Refugee Project”, no Museu de Arte Africana de Nova York, “Exposição de Arte Contemporânea: As Portas do Mundo” na Europa e na África, “Exposição coletiva Axé Bahia: O poder da arte numa metrópole afro-brasileira” no Museu Fowler, em Los Angeles, e da “Exposição Coletiva Histórias Afro-Atlânticas”, no Instituto Tomie Ohtake e MASP.
Seu trabalho se caracteriza pelo mergulho no imaginário das culturas afro-indígenas e popular nordestina brasileira, através da pesquisa, assimilação e transformação num universo próprio, mítico e mágico, simbólico e intuitivo.
Autor de inúmeras marcas e logotipos, ilustrações para livros e capas de discos, estamparias, ambientações de show e eventos, J. Cunha tem ainda o seu nome definitivamente vinculado ao carnaval, por haver criado e assinado a concepção visual e estética do bloco Ilê Ayê durante 25 anos, além de instigantes decorações temáticas para o carnaval de rua de Salvador.
No campo do design participou entre outras importantes mostras da Bienal Internacional de “Design de Saint Étienne” - França e também da exposição “Design Brasileiro – Fronteiras 2009” no Museu de Arte Moderna de São Paulo-Brasil.
Para o antropólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Kabengele Munanga, a obra de J. Cunha é uma forma de entender e interpretar o mundo e a sociedade em que vive. “As cores vivas, as linhas retas, curvas, círculos, espirais gráficos, zigue-zagues, formas geométricas, enfim todas as imagens que atravessam a arte de J. Cunha trazem além do estético, mensagens humanas, sociais, educativas, históricas e políticas; o que o projeta no tempo histórico e no espaço físico e social do mundo e da sociedade a qual pertence”.
Em seu livro “O Universo de J. Cunha” publicado em 2016 pela editora Corrupio, com curadoria editorial do Prof. Danillo Barata, foi reunido e estruturado um conjunto de obras que tentam dar conta da forma como a arte de Cunha se apropria de diversos territórios afetivos como o indígena, o africano, o modernismo, o sertão e o tropicalismo. Em um universo povoado de índios, caboclos, ciganas, rainhas e reis africanos, Cunha utiliza de dispositivos tradicionais e contemporâneos e se mostra um criador sem limites.
Para o historiador da arte Roberto Conduru, da Southern Methodist University, a obra de J. Cunha amplia a noção de arte popular e é parte do processo histórico que culmina nas experimentações artísticas da Bahia atual. Conduru diz que Cunha trabalha com uma abundância de signos com os quais discute tópicos sociais e questões políticas, que explora com muitas cores e uma luminosidade intensa. “Ao desdobrar a pintura em objetos de tipos diversos e com várias finalidades, Cunha ultrapassou divisas, borrou as fronteiras entre os domínios de atuação”. O que mostra sua versatilidade em elaborar de capas de discos a cenários de espetáculos de dança, sempre deixando sua marca autoral.
Arquivos
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Manual de identidade visual do Cecult
Manual de identidade visual da UFRB