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PREMIAÇÃO

Professor da UFRB e parceiros vencem Leão de Ouro na 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza

Pela primeira vez na história, Brasil ganha troféu Leão de Ouro, com Exposição “Terra”, dedicada aos povos indígenas e afro-brasileiros.
29/05/23 09:06 , 30/05/23 09:01 | 5394
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O professor e pesquisador Ayrson Heráclito Novato Ferreira, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Campus Cachoeira/São Félix, integra a equipe vencedora do prêmio Leão de Ouro, da 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza, Itália, com o trabalho coletivo “Terra”. Heráclito, além de professor do curso de Artes Visuais, é artista plástico e curador.

O Brasil conquistou, pela primeira vez, o Leão de Ouro. Segundo o júri da Bienal de Veneza, o Pavilhão do Brasil foi vitorioso por apresentar “uma exposição de pesquisa e intervenção arquitetônica que levam ao centro as filosofias e imaginários de populações indígenas e negras em direção a modos de reparação”.

O troféu foi entregue pelo ministro da Cultura da Itália Gennaro Sangiuliano e pelo presidente da Bienal, Roberto Cicutto, nas mãos dos curadores Paulo Tavares e Gabriela de Matos, do Pavilhão do Brasil, no sábado, dia 20, no palácio Ca’ Giustinian, numa cerimônia que marcou a abertura Bienal de Veneza. O evento prossegue até o dia 26 de maio.

A mostra tem a participação dos povos indígenas Mbya-Guarani, Tukano, Arawak e Maku; Tecelãs do Alaká (Ilê Axé Opô Afonjá), Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho), Ana Flávia Magalhães Pinto, Ayrson Heráclito, Day Rodrigues com colaboração de Vilma Patrícia Santana Silva (Grupo Etnicidades FAU-UFBA), coletivo Fissura, Juliana Vicente, Thierry Oussou e Vídeo nas Aldeias.

A participação do Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza é uma realização do Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores, Fundação Bienal de São Paulo e Itaú. Entre as autoridades presentes na abertura da bienal, o presidente da Fundação Bienal de São Paulo, José Olympio da Veiga Pereira e a ministra da Cultura Margareth Menezes.

“A Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Venezia é um espaço privilegiado para o debate das questões mais urgentes em arquitetura e urbanismo, campo que, em última instância, reflete sobre nossas dinâmicas de vida a partir do uso e compartilhamento de espaços comuns, enquanto sociedade”, reflete José Olympio, em entrevista para Casa Vogue. Segundo a publicação, a mostra é uma boa oportunidade para, em tempos de grandes desafios globais, dar visibilidade a pesquisas e práticas que podem contribuir para a elaboração coletiva de um futuro melhor.

Lugares de Origem 

O professor e pesquisador Ayrson Heráclito é o responsável pela segunda galeria do pavilhão, chamada de Lugares de Origem, Arqueologias do Futuro. No espaço, tudo começa com projeção do vídeo "O Sacudimento da Casa da Torre" e o "Sacudimento da Maison des Esclaves em Gorée". A ideia é destacar a importância da ancestralidade e arqueologia da memória. A galeria reúne projetos e práticas socioespaciais dos saberes indígenas e afro-brasileiros sobre a terra e seu extenso território.

Para isso utiliza como referências a Casa da Tia Ciata, no contexto urbano da Pequena África no Rio de Janeiro; a Tava, como os índios Guarani chamam as ruínas das missões jesuítas no Rio Grande do Sul; o complexo etnogeográfico de terreiros em Salvador; os Sistemas Agroflorestais do Rio Negro na Amazônia; e a Cachoeira do Iauaretê dos povos Tukano, Arawak e Maku.

Segundo a curadoria, a exibição demonstra o que várias pesquisas científicas comprovam: que terras indígenas e quilombolas são os territórios mais preservados do Brasil e, assim, aponta para um futuro pós-mudanças climáticas em que “de-colonização” e “descarbonização” caminham de mãos dadas.

Sacudimento - O Sacudimento é uma prática nas religiões de matriz africana com intuito de exorcizar ambientes domésticos passando folhas sagradas em todo o edifício, o que afasta os mortos e os eguns.
 
Nesta performance, o artista exorciza dois monumentos arquitetônicos ligados ao tráfico de pessoas escravizadas na África e à colonização brasileira, a Casa da Torre, na costa da Bahia, e a Maison des Esclaves em Gorée, na ilha de Gorée, poucos quilômetros além da costa da cidade de Dacar, Senegal.
 
Pelas palavras de Heráclito “nesta performance, a morte a ser afastada definitivamente de nós é da história da colonização e da escravização. Suas consequências são atualíssimas em lugares como a Bahia e a África. [...] E que nos legou o racismo, as desigualdades e a pobreza para as populações pretas do mundo”.

Perfil  

Heráclito tem suas obras de instalações, performances, fotografias e audiovisuais, que lidam com elementos da cultura afro-brasileira e suas conexões entre a África e a sua diáspora na América. Ele participou da Trienal de Luanda em Angola, 2010, Bienal de Fotografia de Bamako no Mali, 2015 e em 2017 da 57 Bienal de Veneza na Itália.

Possui obras em acervos do Musem der Weltkulturen em Frankfurt, Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Moderna da Bahia, Videobrasil e Coleção Itaú. Foi um dos curadores-chefe da 3ª Bienal da Bahia, curador convidado do núcleo “Rotas e Transes: Áfricas, Jamaica e Bahia” no projeto Histórias Afro-Atlânticas no MASP e recebeu o prêmio de Residência Artística em Dakar do Sesc_Videobrasil e a Raw Material Company, Senegal.

Heráclito integra, como pesquisador, o [Re]image - Grupo de Pesquisa em Artes Visuais. Suas obras de instalações, performances, fotografias e audiovisuais lidam com elementos da cultura afro-brasileira e suas conexões entre a África e a sua diáspora na América.

Mais informações em terra.bienal.org.br/Ayrson-Heraclito.

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