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Pesquisa

Professora da UFRB é aprovada em programa de mulheres na ciência com pesquisa sobre turismo cultural

14/08/24 08:54 , 14/08/24 09:26 | 365
À esquerda, em um fundo laranja com elementos decorativos como conchas e flores, está escrito: "Possibilitar a construção de ciência por mulheres diversas é promover a democracia e partilhar o poder!". Abaixo está o logotipo do programa "Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência". À direita, há a foto de uma mulher sorridente, de pele morena, cabelo cacheado e curto, usando um colar colorido e uma blusa branca com um lenço estampado.

Com a pesquisa "Turismo-Cultural, Saberes Locais, Educação e Desenvolvimento Comunitário: contribuições moçambicanas para comunidades quilombolas do Recôncavo baiano", a professora e pesquisadora Lúcia Maria Aquino de Queiroz, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi aprovada na Chamada Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, promovida pelo CNPq.

Lúcia Queiroz é professora do curso de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Territórios, do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira/São Félix, e irá desenvolver sua pesquisa de pós-doutoramento na Universidade de Licungo, em Moçambique. O estudo, de acordo com ela, “apresenta uma abordagem inovadora, decolonial e interdisciplinar, centrada em experiências que vêm sendo realizadas em Moçambique, direcionadas ao desenvolvimento comunitário a partir da cultura e da educação”.

Segundo a professora, o objetivo da pesquisa é investigar como a comunidade quilombola do Tabuleiro da Vitória, localizada no distrito do Iguape, município de Cachoeira,  pode usar  seus saberes culturais para fortalecer o turismo cultural, tendo como referência as experiências moçambicanas. Ela também irá pesquisar como a educação pode contribuir para a preservação dos saberes tradicionais, quando estes são inseridos no currículo escolar.

A relação entre educação e cultura é um ponto importante na pesquisa de Queiroz, isso porque ela entende educação como cultura e, portanto, “lócus onde estão inscritas as identidades sociais dos sujeitos comunitários”, o que de acordo com ela, “possibilita a difusão e preservação dos saberes e fazeres locais e a sua utilização em roteiros de turismo cultural geridos pela comunidade”. 

Os estudos realizados em Moçambique também serão usados para investigar questões de gênero que perpassam as relações comunitárias no Tabuleiro da Vitória. Por se tratar de um  território em que mulheres negras, com baixa escolaridade, são chefes de família que assumem a liderança de grande parte das referências culturais, das organizações associativas e das atividades laborais, a pesquisa espera contribuir para que a comunidade alcance novos patamares de desenvolvimento local, através do fortalecimento do turismo cultural, respaldado pelas novas propostas direcionadas à cultura, à educação e à preservação e difusão do patrimônio imaterial. Além do Tabuleiro da Vitória, Queiroz espera que, posteriormente, outras comunidades quilombolas do Recôncavo Baiano possam adotar proposta similar, ampliando e consolidando as rotas de turismo cultural existentes no distrito do Iguape.     

Além da pesquisadora Lúcia Queiroz, a professora Regina Marques de Souza Oliveira, do Centro de Ciências e Saúde, em Santo Antônio de Jesus, também foi aprovada na mesma Chamada.

Confira o resultado

Sobre a Chamada Atlânticas

A Chamada Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência tem como objetivo ampliar a participação de mulheres negras, ciganas, quilombolas e indígenas na ciência. Trata-se de uma iniciativa do  Ministério da Igualdade Racial, em parceria com os ministérios das Mulheres, dos Povos Indígenas, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, com o apoio do CNPq. O programa contempla bolsas de doutorado sanduíche e de pós-doutorado no exterior.

Beatriz Nascimento

O nome do programa presta homenagem à professora e historiadora sergipana Beatriz Nascimento, que sempre aliou a luta antirracista com a vida acadêmica. Enquanto pesquisadora, Beatriz estudou as formações dos quilombos no Brasil por duas décadas e foi expoente do feminismo negro, pesquisando as práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras.

A pesquisadora faleceu, vítima de feminicídio, em janeiro de 1995. Na época, ela cursava mestrado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2021, Beatriz Nascimento se tornou doutora honoris causa in memoriam pela UFRJ.

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