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Pesquisa

Aplicativo desenvolvido por grupo de pesquisa da UFRB promove conexão entre diferentes gerações

25/09/24 10:29 , 25/09/24 10:34 | 346
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Beatriz Sodré Santos, de 23 anos, é natural de Ipupiara, na região central da Bahia, e cursa o Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, com terminalidade em Psicologia, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), em Santo Antônio de Jesus, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Joaquina Maria Sodré, de 83 anos, é avó de Beatriz e mora em um povoado de Ipupiara, a cerca de 500 quilômetros da cidade onde a neta reside. Além da distância geográfica, a diferença de idade e, naturalmente, de interesses são fatores que podem dificultar a conexão entre as duas. Justamente com o objetivo de estreitar laços entre pessoas como Beatriz e Dona Joaquina, o Núcleo de Estudos Avançados em Desenvolvimento Humano e Saúde Mental da UFRB desenvolveu o Recontar, um aplicativo de perguntas para ser jogado em família.

O projeto foi idealizado pela professora Dóris Firmino Rabelo, do CCS/UFRB, como parte de sua pesquisa de Bolsa de Produtividade. Inicialmente, o Recontar foi pensado como um jogo em família para prevenir a solidão e o isolamento social de pessoas idosas durante a pandemia da Covid-19. Posteriormente, foi transformado em aplicativo de celular para ampliar o acesso e facilitar o uso. As estudantes Aurora Pimentel Girardi Rodrigues e Maria Cândida Cruz Forte, do curso de Psicologia, foram responsáveis pelo design e criação do aplicativo.

recontar dentro

Com 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 14,7% da população do Brasil, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a tecnologia pode ser uma importante aliada para promover e facilitar o contato intergeracional e prevenir o isolamento de pessoas idosas. A professora Dóris defende que “essas tecnologias promovem conexões sociais e a participação ativa, estimulam a cognição, ajudam as pessoas idosas a se sentirem valorizadas e integradas, promovem autoestima e autoeficácia. Podem promover empatia e compreensão entre diferentes gerações, derrubando estereótipos e promovendo aprendizagem mútua”.

Durante as férias acadêmicas, Beatriz usou o Recontar com sua avó Joaquina e vivenciou as experiências que Dóris tinha em mente ao criar o jogo. “A partir das perguntas, conseguimos conversar sobre diversas coisas. Ela me contou muitas experiências e histórias, falou sobre seus gostos, sonhos, o que conseguiu realizar e o que não conseguiu. Recontou algumas coisas que já tinha mencionado em outros momentos, mas também trouxe novas histórias que até então nunca havia compartilhado. Achei fantástico porque me permitiu conhecer versões dela que eu não conhecia, como a infância e juventude, e saber de coisas que até então eu desconhecia. Foi uma troca leve, fluida e muito gostosa”, relatou a estudante.

Com uma abordagem lúdica e interativa, o aplicativo não apenas promove conversas significativas e a comunicação intergeracional, mas também resgata memórias e experiências, fortalecendo os vínculos familiares. “Ele promove o compartilhamento de experiências, desafios e soluções, o que contribui para um sentimento de pertencimento”, complementou a coordenadora do projeto.

O aplicativo Recontar tem registro no  Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e está disponível para download gratuito no Play Store para Android.

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