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Herbário da UFRB lança cartilha sobre prática da herborização para educação básica

03/12/25 11:59 , 03/12/25 12:00 | 314
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O Herbário do Recôncavo da Bahia (HURB), vinculado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), acaba de lançar a cartilha “Entre a herborização e a confecção de exsicatas: uma cartilha para a educação básica”. A publicação, disponível em acesso aberto, apresenta de forma simples e acessível o processo de herborização e a produção de exsicatas, aproximando estudantes e professores da educação básica do universo da botânica.

A obra é assinada por Lucas Fagundes, egresso da Licenciatura em Biologia e atualmente mestrando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais (PPG-RGV), e pela professora Lidyanne Aona, curadora do Herbário HURB. A cartilha nasceu a partir do Trabalho de Conclusão de Curso de Fagundes e reúne também experiências acumuladas em projetos de extensão e atividades desenvolvidas no herbário, especialmente no âmbito do projeto “Herbário HURB para todas as idades”, apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC).

A iniciativa surgiu da necessidade de tornar o ensino de botânica mais significativo e conectado à realidade escolar. Segundo os autores, muitas vezes as plantas são percebidas apenas como pano de fundo, e não como organismos complexos que integram o cotidiano dos estudantes. A publicação busca combater essa “impercepção botânica”, incentivando o olhar atento, a curiosidade e a compreensão da importância da flora. “Muitas vezes, passamos por árvores, flores e ervas sem realmente enxergá-las. Foi pensando nisso que estruturamos este material: como uma ponte entre a teoria e a vivência, o livro e o campo, o olhar e o toque.”, disse Fagundes.

A cartilha apresenta orientações práticas sobre coleta, prensagem, secagem e montagem de plantas, além de reflexões pedagógicas e sugestões de atividades que podem ser aplicadas em escolas com diferentes recursos. As exsicatas, amostras de plantas secas montadas em cartolina com informações sobre a coleta, são apresentadas como ferramentas acessíveis, de baixo custo e extremamente valiosas para o ensino científico.

Linguagem acessível e uso pedagógico

Um dos desafios da obra foi traduzir técnicas científicas de herbário para uma linguagem adequada ao público escolar. Esse equilíbrio resultou em um material didático visualmente claro, que articula teoria, prática e recomendações pedagógicas. Para estudantes, a cartilha oferece um passo a passo das vivências; para professores, orientações ampliadas para uso em sala de aula e no campo.

Para Lucas Fagundes, produzir a cartilha significou unir vivência prática, pesquisa e extensão com o desejo de transformar a relação dos estudantes com o mundo vegetal. “Escrever esta cartilha foi um exercício de partilha e de reencontro com a essência da botânica. A proposta nasceu da vontade de aproximar a educação básica da prática científica, mostrando que o estudo das plantas pode ser simples, acessível e profundamente transformador”, afirma.

“Cada etapa descrita na obra, da coleta à montagem das exsicatas, é mais do que uma prática técnica, é um convite à curiosidade, à observação atenta e ao respeito pela diversidade viva. Que esta cartilha seja um ponto de partida para diálogos, descobertas e afetos”, completa o estudante.

Para a professora Lidyanne Aona, o material reforça o papel dos herbários como espaços educativos e potentes para a popularização da ciência. Ela destaca que a proposta se diferencia de outros materiais de herborização já existentes por ser direcionada especificamente à educação básica, estimulando a criação de coleções botânicas escolares, contribuindo para o letramento científico e para a formação de uma consciência voltada à conservação ambiental desde as séries iniciais.

O livro foi publicado pela Editora e-Publicar e está disponível para download gratuito.

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