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Quando arte e academia se encontram: estudantes da UFRB produzem e lançam curta-metragem

10/12/25 16:10 , 10/12/25 17:05 | 266
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Uma produção realizada por estudantes do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) é exemplo de como o ambiente acadêmico pode oferecer condições materiais, pedagógicas e colaborativas para que estudantes desenvolvam projetos autorais complexos. Assim foi o processo do curta-metragem Vampaia, desenvolvido integralmente por estudantes de diversos cursos do Centro, como resultado de um processo acadêmico que integrou múltiplas disciplinas e linguagens.

Lançada em novembro, a obra apresenta “Vampaia”, criatura vampiresca criada em 2014 por Geovanne José, aos 11 anos de idade. Ao ingressar no curso Tecnólogo em Artes do Espetáculo (TAE) do CECULT, o estudante deu novas camadas e complexidade ao personagem, por meio de pesquisas, práticas laboratoriais e vivências artísticas. “Pude começar a expandi-lo, sobretudo através dos componentes da grade curricular, sendo assim, comecei a construir o seu figurino, sua corporeidade e seu visagismo cênico”, afirma o ator e escritor. 

Geovanne destaca que o aprendizado interdisciplinar, somado à orientação dos professores, foi decisivo para a evolução do projeto. “Tenho um arquivo enorme com descrições de cada parte do processo da criação do universo do personagem, desde paletas de cores, temperaturas, desenhos, vegetações, e com o uso do componente de matemática básica para cena, pude definir cada detalhe matemático do universo. O acompanhamento dos professores me ajudou muito em todo o processo de construção. Foi a partir da faculdade, que hoje posso realizar o sonho de ver essa criatura que criei quando tinha somente 11 anos ganhar vida”, relata.

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Formação interdisciplinar e interseccional

Nesse sentido, o professor Maciej Rozalski destaca que a formação oferecida pelo CECULT se sustenta em uma perspectiva interdisciplinar e interseccional, articulando metodologias de diferentes áreas das artes, da tecnologia, da cena e das humanidades. Essa abordagem incentiva que estudantes tragam para o processo criativo suas vivências, suas histórias e os significados construídos no território em que estão inseridos.

Rozalski afirma que essa proposta produz “um trabalho muito específico e muito singular desenvolvido em nosso Centro, e também nos efeitos desse trabalho”. Ele explica que o curso entende o corpo e a arte como territórios de discurso, sendo espaços preenchidos por marcas históricas, tradições e pertencimentos dos próprios estudantes. “Essa metodologia inclusiva é fundamental para os desafios do mundo contemporâneo, para as buscas por novas tecnologias da arte e também para o modo como pensamos arte, pesquisa e ensino-aprendizagem. Trabalhamos com metodologias baseadas na horizontalidade, na escuta, numa prática de ensino entendida como troca, e não como educação bancária, como criticava Paulo Freire”, explica o professor.

Para Rozalski, “Vampaia” é uma produção em desenvolvimento, especialmente em razão da discussão sobre o conceito de monstruosidade. Ele explica que, durante o processo criativo do curta, a equipe passou por exercícios de linguagem corporal, preparação física e metodologias de expressão cênica para investigar o que significa, nesse território e nesse contexto, ser chamado de “monstro”. 

Somente após esse aprofundamento teórico e corporal, o grupo avançou para a etapa prática das filmagens. As gravações do curta-metragem foram realizadas em novembro de 2024, na quadra do CECULT. A produção envolveu uma equipe de estudantes de diferentes cursos: Tecnólogo em Artes do Espetáculo (TAE), Bacharelado Interdisciplinar em Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (BICULT), Licenciatura Interdisciplinar em Artes (LIA), Produção Musical e Licenciatura em Música Popular Brasileira (LIM). O processo contou com orientações dos professores Paula Lice, Maciej Rozalski, Camila Vendramini e Ricardo Brugger.

Vampaia está disponível em: youtube.com/watch?v=tmjX8MIttmw&t.

Outras linguagens de Vampaia

O curta-metragem Vampaia não é a primeira produção que traz a história do personagem concebido durante a infância de Geovanne. A trajetória da criatura já vinha sendo construída desde 2019, quando seu criador publicou seu primeiro livro no Wattpad. Em 2023, apresentou performance incorporando Vampaia, e em 2024 lançou o conto Vampaia – Aparição no mangue, disponibilizado no Wattpad e na Amazon, e posteriormente publicado fisicamente pela editora UICLAP.

Ficha técnica do curta-metragem Vampaia

Geovanne José: Diretor, roteirista, ator, figurinista. 

Evelly Pinheiro: Diretora e diretora de fotografia.

Ari santana: Ator, produtor, figurinista.

Nicole Rosa: Atriz. 

Caio Karuan: Ator.

Alexia Oliveira: Diretora de arte.

Deivison Oliveira: Diretor de fotografia e editor.

Leinne Portugal: Trilha sonora.

Danilo Pena: Figurinista e assistente de direção.

Messias: Divulgação.

Maciej Rozalski : Apoio na construção da corporeidade dos personagens. 

Paula lice: Professora orientadora.

Camila Vendramini: Professora orientadora.

Ricardo Brugger: Professor orientador.

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