Fechar
Evento

Exposição: Pequeno Elfo

13/06 00:01 a 26/06 23:59

Online - Exposição

Acessar Site do Evento

A exposição é fruto de uma pesquisa e diálogo entre o ilustrador Stavo Arguin e o pesquisador Charles Morais, abordando a representação trans na mídia e na arte.

Neste mês de junho, surge no mundo virtual, "Pequeno Elfo", uma exposição online que mergulha no universo do horror, do grotesco e do fantástico, utilizando esses elementos como forma de expressão e resistência, questionando as normas de gênero e sexualidade. O site apresenta ilustrações do artista trans baiano Stavo Arguin, conhecido como Pequeno Elfo, além de um documentário e discussões sobre vivências transviadas. Desenvolvido pelu produtore cultural e mestrande da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) Charles Morais, o portal é resultado de sua pesquisa "Pequeno Elfo: a monstruosidade na ilustração de corpas trans", produzida para o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRB. Para conferir a exposição, basta acessar a página indexada ao site de Morais (https://charlesmorais.com/pequenoelfo).

Em uma colaboração entre Stavo Arguin e Charles Morais, o projeto mergulha na representação trans na mídia e na arte. A pesquisa completa e a exposição das ilustrações estão disponíveis a qualquer momento no site. Já o documentário Stavo (2023, Charles Morais) – que retrata um pouco das vivências do artista enquanto pessoa trans –, poderá ser assistido até o dia 28 de junho e, após esse período, estará disponível apenas em circuitos de mostras, festivais e cineclubes. Nas artes expostas no portal, Stavo utiliza imagens monstruosas para expressar sua identidade e emoções, explorando e desafiando convenções estabelecidas em relação ao trans e à monstruosidade. "Sou uma pessoa que gosta de desenhar e comecei a desenhar muito cedo para poder fugir dos meus próprios pensamentos ruins. Eu quis retratar os meus sentimentos através do terror em meus desenhos", relata o artista.

Ao analisar como as imagens de pessoas trans retratadas na mídia são influenciadas por preconceitos que lhes rotulam como nojentes ou perigoses, o projeto também explora como artistas trans transformam a ideia de monstruosidade em expressão e resistência, questionando as normas de gênero e sexualidade impostas pela CIS-hétero-normatividade. Conforme aponta Morais, o problema das representações midiáticas tradicionais é negar a possibilidade de existência às pessoas trans, bem como negar-lhes um futuro em identidades e sexualidades não normativas. “Precisamos, para além de representatividade, de inclusão, adentrarmos aos espaços criando, contando e recontextualizando nossas próprias histórias, falar sobre a transgeneridade sendo e vivendo enquanto uma pessoa trans”, destaca u pesquisadore.

Arte como forma de experiência e resistência

Os monstros ocupam um papel de destaque na cultura pop e sua representação midiática pode afetar a percepção da sociedade em relação ao que é considerado monstruoso. A arte é uma forma de experiência que se realiza na relação entre o artista, a obra e o público, conforme defende Dewey (2010), podendo ser uma forma de escapar do controle normativo do corpo e da sexualidade, conforme propõe Preciado (2019). A representação artística de monstruosidade trans pode ser vista como uma forma de resistência à normatividade de gênero e sexualidade, abrindo espaço para novas possibilidades de identificação e expressão.

Ressignificação da monstruosidade trans

A comunidade transviada tem se apropriado de termos e expressões antes utilizados de maneira pejorativa, transformando-os em símbolos de orgulho e empoderamento, como o termo “queer”, “bicha”, “mona”, “sapatão” e outros. Essa ressignificação tem como objetivo principal a criação de novas formas de linguagem que reflitam a diversidade e complexidade das identidades, bem como a afirmação de identidade e resistência contra a opressão e o preconceito.

A monstruosidade se utiliza de elementos do horror, do grotesco e do fantástico para questionar as normas de gênero e sexualidade, apresentando narrativas mais autênticas e diversas, recontextualizadas, “retratando espaços que já nos encaixaram, mas agora estamos pensando em corpas plurais.”

 

As ilustrações de Pequeno Elfo se alinham ao não/humano para questionar os padrões de humanidade impostos pela cultura dominante. Acesse a pesquisa completa e a exposição das ilustrações: https://charlesmorais.com/pequenoelfo.

Evento publicado em: 13/06/2023

Powered by ChronoForms - ChronoEngine.com

Precisa de Ajuda?
Web Rádio CFP