06/12 19:30
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A predominância da língua portuguesa no território brasileiro está diretamente ligada a uma série de ações criminosas que os europeus fizeram vigorar no período colonial cujas consequências perduram até hoje (Alencastro, 2000; Fonseca, 2000; Memmi, 2021 [1957])). Assim como em vários outros lugares nas Américas, na África e na Ásia, as ações dos invasores europeus foram brutais e, entre outras violências, se basearam na imposição da língua europeia como dominante. Aos povos colocados em condição de sujeição, isso representou a escravização, a dizimação étnica e o extermínio de milhares de línguas (Monteiro, 2002 [1994]; Rodrigues, 2006). No caso brasileiro, entre os séculos XVI e XIX, estima-se que das cerca de 1150 línguas originárias existentes, apenas talvez 180 tenham sobrevivido até hoje (Rodrigues, 1993; Santos, 2019). Para os quase 4 milhões de pessoas (com suas mais de 200 línguas) sequestradas do continente africano, a história também é de dizimação (Peter, 2016). Apesar disso, é preciso destacar que línguas como o tupi, o quimbundo, o quicongo e o iorubá resistiram e efetivamente reestruturaram a língua europeia aqui imposta (Vianna Filho, 2008[1946]; Mussa, 1991; Castro, 2001; Mattos e Silva, 2004; Dietrich e Noll, 2010). Tomando isso em linha de conta, argumentaremos que a escola brasileira pode, também a partir da disciplina língua portuguesa, contemplar, com uma série de estratégias, o que estabelecem a lei 10.639/2003 e a 11.645/2008 (Santos e Costa, 2023).
Evento publicado em: 03/12/2024
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