Diferentemente do que possa parecer, as relações entre jogo e filosofia são muito antigas, e não faltam exemplos disso: na filosofia antiga, Heráclito chama o lógos de uma criança que brinca, na filosofia medieval, João de Barros desenvolve o projeto de um livro de filosofia moral que devia se tornar um jogo de tabuleiro. Na filosofia moderna encontramos o jogo harmônico das faculdades na experiência do belo em Kant e o impulso lúdico em Schiller. Por fim, na filosofia contemporânea nos deparamos com os jogos de linguagem wittgensteinianos, as análises da fenomenologia dos objetos por Bogost a partir da experiência do design de jogos e a definição do conceito de jogo de Bernard Suits por meio de diálogos entre cigarras e formiga — e tudo isso, apenas para citar alguns exemplos. Não faltam, portanto, registros da importância do jogo para o pensamento filosófico e, inversamente, da filosofia para pensar a própria experiência do jogo. Ainda assim, diante da explícita “história da filosofia com jogos”, são relativamente escassas as publicações filosóficas que se ocupam diretamente da reflexão acerca das relações entre jogos e filosofia.
Dessa forma, considerando nossos tempos atuais, onde é cada vez maior a projeção e o papel dos games em nossas formas de vida e o escasso espaço de publicações sobre o tema, este dossiê visa oferecer um lugar para todas aquelas e todos aqueles que se interessam pela interface entre jogos e filosofia a desenvolverem e a compartilharem suas reflexões, seja por meio de um artigo original, uma resenha ou uma tradução.
As propostas devem ser enviadas exclusivamente para o novo e-mail da revista: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., até o dia 31/07/2023.
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