A coordenação do Colegiado de Letras, em nome de todos os docentes do grupo, externa profunda gratidão pelo trabalho e pela pessoa da professora Ana Rita Santiago que, em 1º de junho de 2020, aposentou-se, encerrando sua atuação como docente no CFP, depois de mais de uma década de atuação sólida e responsável entre nós.
Um dos motivos de nossa gratidão é porque, se hoje estamos aqui vindos de várias regiões do Brasil, realizando nossas atividades de ensino, pesquisa, extensão, gestão, entre outras, estamos porque alguém abriu esse caminho. E tal abrir alas foi realizado pela professora Ana Rita, primeira professora da área de Letras a ingressar no CFP. Inicialmente, atuou no curso de Pedagogia, mas desempenhou um papel fundamental para a criação e implementação do curso de Letras, quando, sonhando as possibilidades que os estudos das letras poderiam ensejar na região do Recôncavo no processo de formação de professores, escreveu o primeiro projeto pedagógico do curso e participou ativamente de todas as instâncias responsáveis pela aprovação do mesmo, bem como pela sua consolidação até os dias atuais.
Atuando entre as inúmeras lutas e conquistas, acostumada com a coragem que o pioneirismo impõe, Ana Rita Santiago tem se dedicado ao incentivo e à luta pelo acesso, evidenciando as possibilidades do universo literário, com iniciativas incríveis como o Ponto de Leitura e a curadoria e organização da I Festa Literária de Amargosa (I FESLAM), inspirando todos que têm a oportunidade de conhecê-la.
Nesse sentido, entendemos que é importante nomear quem nos deu tamanhos avanços, celebrá-la e situá-la social e criticamente. Ana Rita é mulher, negra, destaque não só nas ações empenhadas no CFP e na UFRB, mas também nos estudos literários, como um todo, e nas investigações sobre as vozes literárias de escritoras negras baianas. Essa ação, de caráter político, mas também afetivo, faz-se imponente no sentido de resgatar as suas lutas. Afinal, agentes como Ana Rita Santiago “[...] escrevem, publicam e tensionam as interdições de suas vozes, abalando os traços depreciativos sobre si e suas africanidades.” (SANTIAGO, 2010, p.9)[1]. Como ela nos ensina, é preciso fazer da palavra ação, desconstrução, memória e resgate de sujeitos historicamente silenciados. Sujeitos esses que, hoje, compõem boa parte do corpo discente das Letras, no Recôncavo da Bahia, e, certamente, também lhes são gratos.
Os docentes do curso de Letras agradecem pelo trabalho desempenhado com ética e responsabilidade, pelo amor e compromisso com o CFP e com a UFRB, e também pela presença firme, segura e confiante que muito nos ensina.
Obrigada, professora Ana Rita Santiago!
Amargosa, 10 de junho de 2020
Adriana Dalla Vecchia
Coordenação do Colegiado do Curso de Letras
Louise Henrique Santana dos Anjos
Vice-Coordenação do Colegiado do Curso de Letras
Docentes do Curso do Letras
Adielson Ramos de Cristo
Amanda dos Reis Silva
Ana Luisa Dominguez Baqueiro
Ana Rita Santiago
Angela Vilma Santos Bispo
Ayane Nazarela Santos de Almeida
Carlos Alberto Franco
Charles Lary Marques
Danielle Mattos Correia Ribeiro
Debora Souza da Rosa
Diogo Oliveira do Espírito Santo
Emmanuelle Félix dos Santos
Fabíola Morais Barbosa
Genivaldo da Conceição Oliveira
Isis Julliana Figueiredo de Barros
Jakeline Aparecida Semechechem
Jaqueline Barreto Lé
Lisana Rodrigues Trindade Sampaio
Maria da Conceição de Melo Torres
Monica Gomes da Silva
Poliana da Silva Lima Andrade
Priscilla Leonor Alencar Ferreira
Silvio Ruiz Paradiso
Sirlara Donato Alves Assunção Wandekolk
Tarcísio Fernandes Cordeiro
[1] De sua tese de Doutorado “Vozes literárias de escritoras negras baianas: identidades, escrita, cuidado e memórias de si/nós em cena” (UFBA, 2010).