Na noite de 07 de janeiro de 2024 (domingo), ocorreu a abertura da 9ª Turma do Curso Pedagogia do Movimento, realizado no âmbito do Programa Escola da Terra na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
O Programa Escola da Terra é uma ação vinculada à Coordenação Geral de Educação do Campo (CGEC), da Diretora de Políticas de Educação do Campo e Educação Escolar Indígena (DIPECEI), no âmbito da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação (MEC). E está colocada no movimento de retomada e afirmação da política pública de Educação do Campo.
Na UFRB, o Programa Escola da Terra constitui-se a partir do Curso de Aperfeiçoamento em Educação do Campo – Escola da Terra UFRB edição 2023 que pretende realizar formação continuada de professores(as) que atuam nas escolas do/no campo de Ensino Fundamental, anos iniciais, no estado da Bahia tendo por foco a qualificação da práxis pedagógica de tais sujeitos, em nível Aperfeiçoamento, organizado em regime de alternância com carga horária total de 180 horas.
Nesta primeira edição na UFRB, dentre os(as) 340 cursistas do Programa Escola da Terra, 220 são professores(as)/educadores(as) das áreas de reforma agrária. A formação desse coletivo de educadores(as) será realizada na articulação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O 9º Curso Pedagogia do Movimento ocorrerá entre 07 e 21 de janeiro de 2024, na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto (EPAAEB), localizada no Assentamento Jaci Rocha, em Prado – BA. A abertura da atividade contou com a contribuição da Profa. Dra. Clarice Aparecida dos Santos, gestora do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) que tratou da retomada das políticas públicas de Educação do Campo.
Clarice dos Santos observou a importância de processos formativos como este curso e o valor do estudo. “O MST é um dos poucos movimentos sociais que renova e amplia suas lideranças por meio da formação política e pedagógica”. Para Valter de Jesus Leite, formador do Programa Escola da Terra, o “curso desempenha um crucial papel formativo no que diz respeito a apropriação dos fundamentos e acúmulos teórico-práticos da Pedagogia do Movimento, combinado a projeção de educadores e educadoras que qualificam o trabalho educativo e a luta pela educação”. Já o Coordenador da EPAEEB, Felipe Campelo destacou o papel da escola e a afirmação de uma pedagogia comprometida com desenvolvimento territorial e a agroecologia. Eliane Oliveira enfatizou a dimensão formativa do curso, potencializada com a troca de saberes, vivências culturais e coletivas, elementos centrais do projeto de educação popular. Além disso, ela afirmou a importância de debater os desafios da educação nas áreas de assentamentos e acampamentos, considerando o contexto atual e os desafios da Reforma Agrária Popular e a relevância de o curso ser realizado na EPAAEB, inserida em território que resiste à ofensiva do agronegócio e das forças conservadoras na região.
O Curso Pedagogia do Movimento é realizado desde 2011, tendo formado aproximadamente 800 educadores(as), sendo as turmas realizadas em todas as regiões do Brasil, passando pelos estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Espírito Santo, Distrito Federal, Pará e Piauí. Estando pela terceira vez na Região Nordeste, a formação efetivada por meio da 9ª Turma do Curso Pedagogia do Movimento abordará os seguintes temas: Análise da conjuntura política e agrária e desafios do momento atual; Análise da conjuntura educacional; História do MST; A financeirização e a lógica do capital financeiro na agricultura; Impactos do Agronegócio no Nordeste e desafios atuais; Reforma Agrária Popular; Agroecologia, Cooperação e Educação; Literatura e Escrevivências Sem Terra; Pedagogia Socialista; Psicologia Histórico-Cultural; Educação Popular e Pedagogia do Oprimido; Pedagogia do Movimento; MST e Educação: Educação de Jovens e Adultos; Infância no MST; Escola de Educação Básica no MST; Diversidade Sexual e de Gênero e desafios atuais; e o Racismo estrutural e a urgência de uma educação antirracista.
Com informações de Alex Verdério
Confira as imagens: