No dia 23 de agosto de 2024, na Câmara de Vereadores de Amargosa, ocorreu o II Seminário Programa Escola da Terra na UFRB. O evento contou com a participação de cerca de 90 cursistas dos municípios de Laje e Mutuípe, além da presença do Vice-Reitor da UFRB Prof. Dr. Fabio Josué Souza Santos, da Coordenadora do Mestrado em Educação do Campo Profa. Dra. Ana Cristina Nascimento Givigi (Profa. Kiki), da Secretária de Educação de Mutuípe Sônia Ferreira, da Secretária de Educação de Laje Indiamara Andrade Ferreira Alves, das representantes da Secretaria de Educação do Estado da Bahia Fernanda Pessoa do Amaral e Cassia Margarete Amaro dos Santos, de estudantes do Curso de Licenciatura em Educação do Campo e da Equipe de Coordenação do Programa Escola da Terra na UFRB constituída pelo Prof. Dr. Alex Verdério, pela Profa. Dra. Selidalva Gonçalves de Queiroz, pela Profa. Dra. Janaine Zdebski da Silva e pelo Prof. Dr. Raul Lomanto Neto.
Além de finalizar as atividades formativas do Curso de Aperfeiçoamento em Educação do Campo com a Turma de Professores(as) do Vale do Jiquiriçá: Laje e Mutuípe, o II Seminário promoveu a conferência “Afirmação da política pública de Educação do Campo: desafios e pertinências na formação de professores(as) do campo”, contando com as contribuições do Prof. Fabio Josué e da Profa. Kiki. Após as atividades na Câmara de Vereadores, foi realizado um almoço de confraternização com a entrega das lembranças aos cursistas.
O Curso de Aperfeiçoamento em Educação do Campo – Escola da Terra na UFRB, primeira edição, considerou prioritariamente os municípios que integram o Território Vale do Jiquiriçá e as escolas inseridas nos assentamentos de reforma agrária, atendendo mais de 300 professores(as) distribuídos em três turmas: Turma 1 – Professores(as) do Vale do Jiquiriçá: Laje e Mutuípe, Turma 2 – Curso Pedagogia do Movimento e Turma 3 – Professores(as) de Assentamentos de Reforma Agrária.
Ocorrida entre novembro de 2023 e agosto de 2024, a formação propiciada à Turma de Professores(as) do Vale do Jiquiriçá: Laje e Mutuípe foi organizada em cinco módulos formativos com uma carga horária total de 180 horas de formação. Os temas abordados nos estudos e aprofundamentos estiveram voltados para a compreensão da incidência das questões agrária e agrícola nos municípios, a natureza e especificidade da educação e os elementos fundamentais da prática pedagógica, com referência ao trabalho nas escolas do campo, à educação matemática, à língua portuguesa, à alfabetização e às ciências naturais. Constituíram-se ainda como temas pertinentes a formação propiciada as inserções da música, da poesia e da literatura como elementos pedagógicos na Educação do Campo.
Em preparação ao II Seminário do Programa Escola da Terra na UFRB, os(as) cursistas advindos(as) dos municípios de Laje e Mutuípe assumiram a tarefa de compor coletivamente uma colcha que representasse a efetividade da Educação do Campo em cada município. Essa produção foi apresentada na abertura do II Seminário e trouxe para o centro do debate a concretude da Educação do Campo, bem como, o delineamento dos desafios e das pertinências na formação de professores(as) do campo.
A expectativa posta com a finalização da etapa da formação vivenciada no Curso de Aperfeiçoamento em Educação do Campo – Escola da Terra na UFRB pela Turma de Professores(as) do Vale do Jiquiriçá é por sua continuidade, seja por meio da candidatura dos(as) cursistas ao Mestrado Profissional em Educação do Campo ou através da oferta de uma turma de especialização em Educação do Campo.
Em sua avaliação coletiva, os(as) cursistas do Escola da Terra registraram a compreensão de que “Precisamos ocupar a universidade, em especial o Mestrado em Educação do Campo. As demandas das escolas do campo precisam ser acolhidas, estudadas pela universidade. O mestrado para nós precisa ser este espaço que discute a prática das escolas do campo, porém apontando possibilidades de superação das problemáticas enfrentadas por nós na sala de aula. Queremos e precisamos ocupar o Mestrado em Educação do Campo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia”.
Também o horizonte e a reivindicação de continuidade na especialização foram evidenciados pelos(as) cursistas: “Precisamos da continuidade do Programa Escola da Terra no formato de Especialização em Educação do Campo com foco na questão agrária e na prática pedagógica nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Precisamos estudar o que estamos fazendo nas escolas, publicar o nosso trabalho para que se torne elemento de reflexão teórica e não apenas uma experiência exitosa isolada”.
Dentre as demandas anunciadas no processo de formação figuram-se ainda: a constituição de grupos de estudos com professores(as) que atuam nas escolas do campo; a promoção de acompanhamento pedagógico continuado; a permanência de processos de formação com rigor teórico e que ajudem a compreender a prática pedagógica nas escolas; e a produção de materiais didático-pedagógicos específicos para as escolas do campo.
Com tais apontamentos, sistematizados na síntese coletiva produzida a partir do processo de formação desencadeado e, tendo em conta os desafios e as pertinências na formação de professores(as) do campo, o Programa Escola da Terra na UFRB coloca-se de maneira inequívoca na afirmação da política pública de Educação do Campo.
Com informações de Alex Verderio.
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