Quem ingressou no curso de História noturno da Federal do Recôncavo reclama que está difícil uma integração com outros estudantes da instituição. Também ficou complicado participar da semana do calouro, porque dos 40 alunos, 90% (noventa por cento) trabalham nos horários das atividades programadas ou não moram em Cachoeira.
Os novos estudantes foram recebidos com uma programação que incluía uma série de palestras. O principal intuito foi socializar os alunos e mostrar a nova etapa que seguirão. O evento foi programado para a primeira semana de aula, de 02 a 05 de setembro. A programação foi direcionada a todos os cursos. Especificamente para os alunos de História, as temáticas e debates foram voltados para a Música: História em Cachoeira, com a presença do professor Fábio Abelha e a abertura do CineCaos, com a exibição do filme Abadias Nascimento – Memória Negra, do diretor Antônio Olavo.
Para os calouros a falta de estrutura física é um dos problemas a ser enfrentados. A estudante Tanise de Souza, 21 anos, evidenciou: “Esperava mais de uma Universidade Federal”. Essa visão foi comum à maioria dos novos alunos, sobretudo por saberem que os seus colegas dos cursos de Cinema e Audiovisual, Ciências Social e Serviço Social estão provisoriamente no Colégio Sacramentinas, localizado em Cachoeira.
Mas o maior problema é o fato de estarem sozinhos no único curso noturno. Quando os estudantes chegam, por volta das 19h, toda a agitação do Centro de Artes, Humanidades e Letras já acabou.
Porém, mesmo com estes percalços, os calouros de História estão confiantes, e já têm alguns propósitos firmados, como o estudante e professor de Ensino Fundamental I, Edson Barbosa de 27 anos: “Ao longo do estudo de conclusão do curso, eu pretendo adquirir conhecimento, desenvolver a capacidade de raciocínio e desmembrar outros horizontes, como o de fazer mestrado, e ser professor da própria UFRB”.
O estudante Maurício Quadros, 21 anos, membro do Diretório Acadêmico de História, sabe que o perfil das pessoas que fazem História noturno é diferentes daqueles que estudam durante o dia e que vai ser preciso discutir as dificuldades encontradas na universidade, mas isso demanda tempo: ‘Vamos nos reunir para encontrar soluções de relevância para as questões discutidas. Claro que de forma branda, mostrando também as coisas positivas da instituição”.
Maurício finaliza incentivando os novos colegas: “Não venham para a universidade só para assistir aula, a instituição não é só isso. Um encontro num barzinho para discutir propostas, receber o trote, participar do movimento estudantil, estar presente nas plenárias, palestras, reunião do Diretório Acadêmico ou no Conselho do Centro, também é vida acadêmica. Como o nome já diz: ‘Universidade’, que é esse conjunto de coisas, é onde formará o verdadeiro estudante”. Para ele a socialização com outros alunos e instituição é o que faz a universidade, e não a universidade que faz o estudante.
Por Avana Cavalcante e Taísa Silveira